9 de dezembro de 2024
AGRICULTURA

Goiás lidera ranking nacional de produção de tomate e movimenta mercado de atomatados

CULTIVO E INDUSTRIALIZAÇÃO

Indústria multinacional localizada no estado processa cerca de 390 mil toneladas do fruto por ano

O tomate é uma cultura de grande importância econômica nacional e está presente em milhões de lares, diariamente, complementando as refeições dos brasileiros. Conhecido pelo intenso sabor, beleza e qualidade, pode ser consumido nas formas in natura ou processado, permitindo o preparo de uma variedade de pratos.

Goiás é o maior produtor de tomate do Brasil e deve registrar crescimento de 36,6% na safra de 2024, chegando a 1,4 milhão de toneladas, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Ainda de acordo com o IBGE, a área plantada do fruto deve registrar aumento de 12,3%, passando de 13,2 mil hectares, na safra 2023, para 14,8 mil hectares na safra 2024.

Indústria de atomatados

O estado do Centro-Oeste brasileiro sedia algumas indústrias processadoras de tomate e, com isso, impulsiona a produção e o consumo de atomatados na região e em todo o país. Conforme explica o líder agrícola para tomates da Cargill no Brasil, Rafael Santana, “Goiás deve responder por cerca de mais de 30% da produção nacional de tomate e, para se ter uma ideia, a Cargill processa cerca de 390 mil toneladas do fruto por ano”.

Os tomates passam por vários processos de higienização e separação antes de serem processados na fábrica.
Foto: Arquivo Cargill.

Atualmente, a fábrica conta com 36 produtores parceiros. Esses produtores estão dispostos em 51 fazendas, localizadas nas cidades de Luziânia, Morrinhos, Vianópolis, Piracanjuba, Hidrolândia, Itaberaí, Indiara e Pontalina.

A seleção dos produtores é uma etapa que deve ser tratada com responsabilidade, uma vez que influencia diretamente na qualidade e na regularidade do suprimento de tomates para a produção industrial. “Ao escolher os fornecedores, levamos em conta critérios como estar de acordo com todas as legislações, tais como ambiental, trabalhista e civil; possuir equipamentos em conformidade para pronto estabelecimento e produção da cultura; além de adotar boas práticas agrícolas, como o manejo adequado do solo e o uso de tecnologia, como o GPS, na aplicação de insumos e sistemas de monitoramento de umidade no solo para irrigação eficiente. Além disso, a localização da propriedade é um quesito que consideramos muito importante, pois o tempo menor de deslocamento até a fábrica ajuda a minimizar perdas da produção”, afirma Rafael Santana.

A Cargill presta assistência técnica aos produtores em todo o ciclo da produção, acompanhando cada etapa do processo, a fim de garantir qualidade, rastreabilidade e apoio ao produtor para a obtenção de melhores resultados. Dessa forma, a empresa está presente desde a escolha das melhores variedades de sementes, até a análise do solo, buscando acompanhar e orientar os produtores quanto às tecnologias disponíveis e melhores alternativas para manejo, irrigação e adoção do controle biológico, quando necessário.

O engenheiro agrônomo Fernando de Sousa Simões é responsável pela área produtiva da fazenda da família, localizada em Hidrolândia-GO, que produz tomate em uma área de 315 hectares. Para ele, a parceria com a Cargill é fundamental, uma vez que por meio dela é possível calcular a rentabilidade aproximada que o cultivo permitirá. “O tomate é uma cultura que demanda muita assistência técnica e acompanhamento. Então, para a gente buscar essa rentabilidade, é de suma importância a assessoria da Cargill. O grande problema de uma lavoura é a gente produzir e não ter para quem vender. Aqui nós já temos o custo travado. Assim, é bem mais fácil para a gente trabalhar”, afirma.

Rafael Santana, líder agrícola para tomates da Cargill no Brasil e Fernando Sousa, responsável pela propriedade em Hidrolândia (GO). Foto: Arquivo Cargill.

Rastreabilidade

O processo tem início com a seleção de sementes, que são escolhidas por meio da pesquisa agrícola, com a implementação da etapa de viveiro de mudas. A análise do solo da propriedade rural também faz parte do processo. “Nessa etapa, conseguimos fazer a correção necessária do solo, utilizando a quantidade exata de nutrientes (adubação), buscando atingir o maior potencial produtivo em cada época de plantio”, explica Rafael Santana.

Outros pontos importantes são o cuidado ao longo do crescimento dos frutos e a preservação dos recursos hídricos, com o uso de tecnologias que possibilitam melhorar a eficiência das irrigações. Somado a isso, a adoção do manejo integrado de pragas garante o bom desenvolvimento das lavouras.

Por sua vez, o controle dos produtos no momento da chegada à fábrica, em Goiânia (GO), é essencial. Nesse momento, os tomates passam por um processo de classificação, quando são retiradas amostras para a análise da qualidade dos frutos de cada propriedade rural.   

“Olhando para todas essas frentes, a rastreabilidade traz benefícios para o setor como um todo, porque ela permite maior controle e responsabilidade na produção, gerando maior confiança na indústria. Além disso, vejo a rastreabilidade como um investimento no futuro. É uma construção de relacionamentos duradouros com nossos clientes, colaboradores e parceiros, além de contribuir para um mundo mais sustentável”, aponta Rafael Santana.

Mercado

O mercado de atomatados tem se destacado, especialmente, devido à produção e ao consumo do molho de tomate. De acordo com o líder de Marketing da categoria de Atomatados da Cargill Brasil, Daniel Pontes, esse subproduto está presente em cerca de 98% dos lares brasileiros. “Praticamente todos os lares consomem molho de tomate e a categoria cresce, em média, 20% ao ano, considerando os últimos 4 anos”, afirma.   

Foto capa: Alice Maria Duval/ Henrique Carvalho – Embrapa Hortaliças